
Esse é o romance de estréia de Zélia Gattai, falecida senhora (do falecido) Jorge Amado. Não é um romance daqueles dos quais você está acostumado a ler, com suspense, humor, ação e personagens fictícios. Não, pelo contrário. É o praticamente o diário da infância e adolescência da própria Zélia e de sua família, “a vida como ela é” da rotina de imigrantes italianos que se mudam para uma casa na esquina da Alameda Santos com a Rua da Consolação no começo do século passado. E é justamente a simplicidade das histórias que cativa. É interessante ver como antigamente pouco significava muito: o sumiço de uma galinha gerava brigas intermináveis entre a comunidade, os cortejos fúnebres eram acontecimentos que mobilizavam as ruas e o esterco deixado pelos cavalos no crescente trânsito de carroças era cuidadosamente dividido pelos vizinhos. Era um tempo em que a maior preocupação que se podia ter era de seu cachorro ser levado pela carrocinha.
É... sem medo de parecer papo de velho, eram outros tempos. Definitivamente.
É... sem medo de parecer papo de velho, eram outros tempos. Definitivamente.
Gorniarte
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