28 de nov. de 2008

Anarquistas Graças a Deus


Esse é o romance de estréia de Zélia Gattai, falecida senhora (do falecido) Jorge Amado. Não é um romance daqueles dos quais você está acostumado a ler, com suspense, humor, ação e personagens fictícios. Não, pelo contrário. É o praticamente o diário da infância e adolescência da própria Zélia e de sua família, “a vida como ela é” da rotina de imigrantes italianos que se mudam para uma casa na esquina da Alameda Santos com a Rua da Consolação no começo do século passado. E é justamente a simplicidade das histórias que cativa. É interessante ver como antigamente pouco significava muito: o sumiço de uma galinha gerava brigas intermináveis entre a comunidade, os cortejos fúnebres eram acontecimentos que mobilizavam as ruas e o esterco deixado pelos cavalos no crescente trânsito de carroças era cuidadosamente dividido pelos vizinhos. Era um tempo em que a maior preocupação que se podia ter era de seu cachorro ser levado pela carrocinha.
É... sem medo de parecer papo de velho, eram outros tempos. Definitivamente.

Gorniarte

Nenhum comentário: