11 de nov. de 2008

Livros - Caetano Veloso


Que o Caetano Veloso é de fase, é de lua e segue a linha do ame-o ou odeie-o todo mundo já sabe. Eu, muito embora não saiba da onde ele tirou que é Deus, gosto de suas músicas ou pelo menos gostava mais quando ele se achava mais terreno e menos divino. Acho que isso deu-se em meados de 1991, quando vindo de um aclamado "Circuladô", lançou um cd ao vivo, uma coletânea e já como auto-divindade afirmada, o "Fina Estampa". Dai pra frente foram 11 cds em 14 anos: 5 "ao vivo", 2 regravações e 3 autorais que, definitivamente, não eram o Caetano. Mas a conta não fecha certo? É que há um ponto fora dessa curva: o cd Livros (1997). Inteligente, ousado e poetico, o cd trás um Caetano mais humano, apaixonado, moderno e trovador. Mesmo suas pirações como a música dadaísta "Doideca" tem uma estrutura mais "acaetaneada". As músicas passeiam nos amores das ruas da Bahia à poesia urbana de Manhattan, do Navio Negreiro de Castro Alves às conquistas de Alexandre, o Grande com maestria e um português impecável. Uma prova de que Caetano ainda sabe (quando quer), como diria Djavan, "caetanear".

Eduardo Alvarado

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