
Bette Davis foi a única atriz não-bonita capaz de fazer o papel de uma mulher linda e disputada pela elite aristocrática e emergente da NY no início do século XX. Em "Vaidosa", Bette Davis encarrega-se do bom humor e do leve cinismo da trama no papel de Fanny, jovem aristocrata falida, linda e espirituosa que se casa com Mr. Skeffington (Claude Rains), um judeu emergente na América, perdidamente apaixonado por ela, a qual não possui outro interesse além do próprio reflexo no espelho, levando o casamento à ruína. Em paralelo, as duas Guerras Mundiais e a repercussão das mesmas na vida de Fanny e Mr. Skeffington. É um filme de diálogos rápidos e inteligentes, boa dosagem entre humor e melodrama, um olhar irônico sobre a maioria dos eventos, uma edição bastante moderna mesmo para os dias de hoje, além das atuações brilhantes de Bette Davis (que lhe valeu mais uma indicação ao Oscar) e Claude Rains (ator vigoroso e pouco lembrado, infelizmente). O filme tem direção de William Wyler, por quem Bette Davis foi apaixonada sem ser correspondida. Igual o Mr. Skeffington. Triste ou irônico?
Danilo Thomaz
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