
Preterido para o cargo de tenente, o alferes Iago planeja uma vingança contra seu general Otelo, homem íntegro e orgulhoso de sua carreira militar: fazê-lo crer que sua jovem esposa Desdêmona o trai com Cássio, o novo tenente, incitando-lhe o ciúme, de modo a levá-lo à loucura e à destruição.
Como toda obra shakesperiana, "Otelo" vai muito além de seu conflito textual (o ciúme e a vingança) e permite várias leituras. Interessante notar na relação de Iago para com Otelo, a maneira como procura-se destruir aquilo que nos obriga a lidar com a nossa própria miséria.
Interessante observar o poder de síntese de Shakespeare nessa obra e a construção e desenvolvimento de Iago, que passa mais de 2/3 da peça dissimulando e mentindo para os demais personagens.
Para quem não sabe, "Otelo" foi a inspiração de Shakespeare para compôr "Dom Casmurro" - onde Escobar leva Bentinho a duvidar da fidelidade da mulher, Capitu. Neste, porém, não se sabe, nunca, ao certo, se Capitu o traiu ou não.
Danilo Thomaz
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