
Filme brasileiro com uma analogia tão óbvia só podia dar em merda. Mas não deu. Quer dizer, deu e não deu, afinal a gente está falando literalmente do cheiro do ralo do banheiro...o problema ali é MESMO a merda. Mas o filme é um primor. O roteirista Marçal Aquino e o diretor Heitor Dhalia tornaram bem interessante a história de Lourenço, um homem que usa sua loja de coisas usadas (vulgo trecos) para humilhar os clientes, já que eles estão quase sempre desesperados. Com o tempo, Lourenço passa a atribuir preço às pessoas, jogando-as na mesma categoria do que vendem a ele: trecos. Enquanto a alma empodrece e o cheiro do ralo piora, o Selton Mello (como Lourenço) brilha cada vez mais. Uma interpretação que merece ser assistida com prazer. Prazer escatológico.
Carol Rosa
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