Esse filme tem um título em inglês praticamente intraduzível, A Praire Home Companion. Quem deu o nome em português creio que buscou a essência da história: o clima de nostalgia, de despedida ante o fim iminente. E deu uma “sorte” incrível: dias antes do lançamento o diretor Robert Altman bateu as botas. Então Última Noite tornou-se o último filme de Altman, e a sensação de despedida ficou muitíssimo mais acentuada, o que só ajudou a deixar tudo ainda mais gostoso. Atores consagrados estão extremamente à vontade nos papéis de artistas que se revezam no palco de um show de variedades transmitido ao vivo pelo rádio, do tipo daqueles do tempo da tua avó. E o fato principal é exatamente esse: os executivos que acabaram de comprar a rádio perceberam que esse tipo de programa não existe mais e resolveram acabar com ele. E o filme narra a sua última apresentação. Os mais supersticiosos com certeza dirão “Altman já estava dizendo o seu adeus”. Se estava ou não, só saberemos quando (e se) nos encontrarmos com ele. E, pelo menos da minha parte, não tenho pressa nenhuma. Prefiro ficar por enquanto com a sensação de uma bela obra de despedida de um grande diretor.
Gorniarte
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